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Nota de imprensa

Financiamento das organizações desportivas: situação atual e últimas tendências do setor

26/06/2024

A cidade de Nova Iorque acolheu a última sessão da Cátedra Pérez-Llorca/IE de Direito Empresarial, coincidindo com o seu 14º aniversário. Este evento, coorganizado nesta ocasião em conjunto com a prestigiada empresa norte-americana Skadden, Arps, Slate, Meagher & Flom, centrou-se na análise multidisciplinar das dinâmicas atuais e futuras no âmbito do financiamento das entidades desportivas. A sessão foi aberta por Javier Gómez, sócio da Pérez-Llorca e responsável pelo escritório da Pérez-Llorca em Nova Iorque, e teve como oradores Marcel Enrich, sócio da Pérez-Llorca, e Alejandro Gonzalez Lazzeri, sócio da Skadden, Arps, Slate, Meagher & Flom. As apresentações foram moderadas por Sara Sánchez, professora associada da IE Law School.

Marcel Enrich sublinhou que, tradicionalmente, os clubes de futebol europeus recorriam sobretudo a empréstimos bancários e a operações de factoring para financiar a sua atividade. No entanto, a modernização do setor conduziu a uma mudança para mecanismos de financiamento mais flexíveis e especializados, como o capital privado, as emissões de obrigações e o financiamento estruturado apoiado em ativos dos clubes, como os direitos televisivos, os patrocínios, as receitas de bilheteira, etc.

Enrich e Gonzalez Lazzeri também debateram a forma como as entidades e ligas desportivas a nível mundial enfrentaram complexidades económicas, incluindo a pandemia de COVID-19, bem como ambientes de taxas de juro e inflação elevadas. Neste contexto, o apoio público e os modelos inovadores de financiamento privado têm sido cruciais.

No domínio da responsabilidade social das empresas, Alejandro Gonzalez Lazzeri salientou que a indústria não é alheia às tendências ESG e, por isso, as entidades desportivas têm sido e estão a ser muito ativas na implementação de políticas de sustentabilidade. No entanto, isto também representa um desafio para estas entidades, uma vez que a sustentabilidade nem sempre se traduz na maximização dos benefícios económicos. Enrich, por sua vez, destacou o impacto de uma regulamentação setorial cada vez mais rigorosa em matéria de governo das sociedades, proveniente de organismos nacionais e internacionais como a UEFA, e a forma como as entidades desportivas se têm vindo a adaptar a essa regulamentação.

Foram também discutidas as implicações da regulamentação do fair play financeiro, nomeadamente no contexto europeu. Os oradores sublinharam a complexidade da aplicação deste regulamento, destacando a necessidade de harmonizar os regulamentos provenientes das entidades desportivas, de modo a evitar diferenças básicas na capacidade competitiva entre clubes e a encontrar um equilíbrio entre as restrições inerentes ao fair play e a flexibilidade necessária ao desenvolvimento e crescimento da atividade das entidades desportivas.

A sessão terminou com uma animada sessão de perguntas e respostas, que explorou temas como as últimas tendências em matéria de financiamento para a construção e renovação de estádios e a tendência crescente das entidades desportivas para cotarem nos mercados financeiros internacionais.

 

 

 

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